Tudo parece em ordem. Mas por dentro, algo falta.

Escrito por Matheus Alves

Você acorda, trabalha, cumpre as tarefas.
Fala com as pessoas, sorri quando é esperado, responde “tudo bem” no automático.
Lá fora, tudo parece funcionar. Mas por dentro, existe um espaço difícil de preencher.

Não é tristeza explícita.
Não é raiva.
Não é medo.
É algo mais difuso, uma falta de sentido, um vazio que não tem forma, mas pesa.

É como se estivesse sempre um pouco distante da própria vida.
Como se estivesse vivendo de fora pra dentro, enquanto alguma parte sua… não acompanha.

Talvez você já tenha tentado preencher esse espaço com mil coisas:
distrações, exigências, promessas de mudança, metas novas, séries, redes sociais.
Mas quando tudo silencia, ele ainda está lá.
Esse não sei o quê que dá a sensação de estar faltando algo essencial, mesmo quando aparentemente nada está errado.

E aí surge a culpa:
“Tenho tudo, por que me sinto assim?”
Mas o vazio existencial não se resolve com lógica.
Ele não se trata com frases prontas, nem se cura com gratidão forçada.

Talvez ele não esteja aí para ser eliminado.
Talvez o vazio só esteja pedindo escuta.

Talvez o vazio não seja um erro.
Talvez ele não esteja aí pra ser evitado, mas pra apontar que algo, dentro de você, precisa ser olhado com mais cuidado.

Pode ser que esse espaço que parece oco seja, na verdade, um pedido de presença.
Um cansaço de sustentar papéis que não conversam mais com quem você se tornou.
Uma saudade de si mesmo que você ainda não conseguiu nomear.

O vazio, às vezes, é o eco de uma vida que ficou no automático.
De decisões tomadas para agradar, de caminhos seguidos por medo, de afetos engolidos em silêncio.

Na Gestalt-Terapia, não olhamos para o vazio como um sintoma a ser rapidamente preenchido, mas como uma parte legítima da experiência, algo que pode ser escutado, sentido, explorado.

Porque o que falta talvez não seja uma solução imediata.
Talvez o que falte seja espaço para ser quem você é, sem precisar se encaixar o tempo todo.

E esse espaço não se constrói com fórmulas.
Ele se constrói com presença.
Com escuta.
Com alguém que te acompanhe a olhar, com cuidado, o que existe dentro do silêncio.

Nem sempre o que está faltando é algo que se possa comprar, alcançar ou entender de imediato.
Às vezes, o que falta é um lugar onde você possa simplesmente existir, sem ter que se justificar, sem ter que saber, sem ter que dar conta.

Um lugar onde o que você sente não precise ser consertado.
Mas escutado.
Acolhido.
Respirado.

Na terapia, o vazio não é interditado.
Ele pode entrar, sentar, dizer o que precisa, mesmo que venha em forma de silêncio.
Mesmo que demore pra ganhar palavras.
Porque o vazio também é forma de presença.
É o espaço onde algo novo pode emergir.

Talvez você não saiba ainda o que está buscando.
Mas o simples gesto de se permitir sentir já é um começo.
Um ato de coragem, em tempos que exigem respostas rápidas e certezas prontas.

Você não precisa preencher o vazio com pressa.
Pode só estar com ele por um instante, e ver o que acontece a partir daí.


Se algo em você se reconheceu nesse texto, talvez seja hora de escutar esse silêncio com mais cuidado.

Na terapia, esse vazio não é tratado como um defeito, mas como um convite.
Um ponto de partida para um processo de escuta, de reencontro consigo mesmo.

A Gestalt-Terapia pode ajudar você a:
• reconhecer suas emoções, mesmo as que ainda não têm nome,
• identificar os papéis e expectativas que já não fazem mais sentido,
• resgatar partes de si que ficaram esquecidas no caminho,
• reconstruir uma forma mais autêntica de estar no mundo,
• e aprender a estar presente — consigo e com os outros — com mais inteireza.

Não se trata de eliminar o vazio, mas de se aproximar dele com curiosidade e coragem.
De entender o que ele revela sobre suas necessidades, seus desejos, sua história.
De transformar silêncio em linguagem, desconexão em presença, automatismo em escolha.

A terapia pode ser esse espaço onde, aos poucos, você se reencontra.
Um espaço onde não é preciso saber tudo de imediato — basta estar disposto a olhar.

Se quiser conversar, é só me escrever.

Terapia Online

Há momentos em que a vida pede pausa, escuta e direção. Se você sente esse chamado, a terapia pode ser um espaço de reencontro com quem você é. Vamos conversar?

Quem sou eu

Sou Matheus, psicólogo clínico (CRP 09/20412), formado pela PUC Goiás e especializado em Gestalt-Terapia.
Atendo adolescentes e adultos em processos de autoconhecimento, acolhimento e transformação, sempre com escuta sensível e presença.

Meu atendimento é exclusivamente online, em um espaço seguro para lidar com questões como ansiedade, identidade, luto e relações.

Tenho especialização e experiência nos seguintes temas:
ansiedade, depressão, relacionamentos, sexualidade e luto.

Acredito no potencial criativo de cada pessoa e na força do encontro terapêutico como caminho de reconexão consigo e com o mundo.

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