Será que eu preciso mesmo de terapia? Não estou em crise…”
Essa é uma pergunta comum, e silenciosa.
Muita gente se aproxima da psicoterapia carregando a ideia de que ela só deve ser buscada em momentos extremos: quando tudo desaba, quando o sofrimento vira urgência, quando não há mais saída.
Mas a verdade é que nem sempre a dor grita. Às vezes ela sussurra.
Às vezes é um incômodo vago, uma repetição silenciosa, uma sensação de que algo poderia ser diferente, mesmo sem saber exatamente o quê.
A psicoterapia não é apenas um lugar de socorro.
Ela pode ser também um espaço de descoberta, de cuidado, de construção.
Um espaço para quem está em crise, sim. Mas também para quem deseja estar mais presente em si e na vida.
Durante muito tempo, a psicoterapia foi vista como um último recurso.
Algo reservado para quando o sofrimento se tornava insuportável, ou quando já não se conseguia mais “dar conta sozinho”.
Isso tem raízes culturais profundas. Fomos ensinados, muitas vezes, a seguir em frente sem olhar muito para dentro. A evitar o incômodo. A só pedir ajuda quando não houver mais escolha.
Além disso, o imaginário popular sobre terapia foi por muito tempo associado à doença, à “loucura”, a algo que se precisa esconder.
Como se cuidar da própria saúde mental fosse sinal de fraqueza, e não de coragem.
Aos poucos, essa visão tem mudado.
Hoje, mais pessoas reconhecem que buscar terapia não é sinal de fracasso, mas um gesto de presença, de cuidado e de maturidade emocional.
A terapia pode acolher momentos de crise, sim, mas ela não se limita a isso.
Você pode buscar terapia quando está cansado de repetir os mesmos padrões.
Quando algo dentro de você pede mudança, mas você ainda não sabe por onde começar.
Quando sente que está tudo “bem”, mas esse bem parece vazio, automático, distante de você.
Pode ser um desconforto pequeno que insiste em voltar. Uma sensação de deslocamento. Um luto não vivido. Uma vontade de se encontrar. Um relacionamento difícil. Uma dúvida existencial.
Ou simplesmente o desejo de se escutar de verdade, com alguém ao lado que te olhe sem julgamento.
A terapia não é só para quando tudo quebra.
Ela também é para quando a gente quer aprender a sustentar o que ainda está de pé, sem se perder no meio do caminho.
Cuidar de si não precisa ser um ato desesperado, pode ser um gesto suave.
Um encontro marcado consigo mesmo, mesmo sem dor urgente, mesmo sem respostas prontas.
A psicoterapia é, muitas vezes, o lugar onde as perguntas ganham espaço para respirar.
Onde você aprende a escutar o que sente, a perceber o que repete, a escolher com mais consciência.
Não é mágica. Não é fórmula.
É processo, às vezes lento, às vezes intenso, sempre humano.
Buscar terapia não é admitir fraqueza.
É reconhecer que viver é complexo, e que não precisamos atravessar tudo sozinhos.
A crise pode ser uma porta de entrada.
Mas o desejo de se tornar mais inteiro também é um caminho legítimo.
E bonito.
Às vezes, tudo começa com uma pergunta sussurrada, uma inquietação leve, um desejo de se escutar de verdade.
Se for o seu caso, saiba que esse espaço também pode ser seu.
Atendo online, de forma individual, com base na abordagem da Gestalt-Terapia.
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